22 jun, 2023
A adubação nitrogenada na cultura do milho está diretamente
ligada à alta produtividade. É hoje uma das principais práticas que tem
demonstrado resultados significativos nas pesquisas. Isso porque, geralmente,
os solos com anos de agricultura possuem baixo teor de matéria orgânica e,
portanto, não são suficientes para suprir as necessidades do grão e por isso
precisam de suplementação. A Fundação MT tem buscado obter essas respostas com
experimentos ao longo dos anos, tendo em vista que conhecimento é a melhor
ferramenta disponível para obter sucesso nesta prática.
Para contextualizar, na safra 2020/21 houve atraso na
semeadura da soja em função da irregularidade nas chuvas. Consequentemente, o
plantio das culturas de segunda safra foi postergado, como é o caso do milho.
Além disso, conforme apurado pela equipe da instituição, o produtor encontrou
dificuldade na aquisição de sementes de milho no mercado para áreas de algodão
que, por janela, viraram milho. Por outro lado, o preço do grão estava atrativo
e o dos fertilizantes nem tanto. Nesse cenário, é possível que o agricultor se
pergunte qual será o investimento a ser feito em adubação nitrogenada e se vale
a pena esse investimento.
O primeiro ponto a ser levado em consideração é que existe um
conjunto de fatores importantes para a operação, principalmente porque o
Nitrogênio (N) é um dos elementos mais complexos a se manejar. É preciso
observar a fonte de onde se obterá o elemento, os seus prós e contras. A data
de semeadura do milho e, consequentemente, com essa data, observar também o
potencial produtivo da área.
Por exemplo, se o milho for semeado na abertura da janela de segunda
safra, quando há mais água disponível pelas chuvas, maior será seu potencial.
Se o plantio for realizado mais para o fim da janela, menor disponibilidade de
água, então, menor é o potencial. Outro aspecto a ser levado em conta é a
escolha do material genético e sua relação de resposta à adubação nitrogenada.
Na prática
Quando tratamos da prática de adubação e fertilização no
milho safrinha em ambientes argilosos, o pesquisador diz que é necessário
prestar atenção para: a fonte, o momento da aplicação e na dose. Então pela
lógica, se o material genético é mais responsivo ao Nitrogênio, com maior teto
produtivo e a semeadura foi realizada mais cedo, maior será a resposta da
adubação em produtividade. Já quando este mesmo material genético é semeado
mais tarde, automaticamente a resposta é menor, já que o insumo mais importante
para a segunda safra é a água, que estará em menor quantidade. O detalhe é que com
híbridos mais sensíveis, geralmente, as perdas por serem híbridos simples são
maiores do que nos considerados mais rústicos, que são mais resistentes
(geralmente híbridos duplos).
Os híbridos mais rústicos, ainda assim, mesmo semeados em
janela preferencial e com mais resistência, não conseguem competir com os mais
sensíveis devido ao seu menor potencial produtivo por natureza.
Dose e fonte certa
A adubação nitrogenada é realizada em doses e é outro fator a ser levado em conta. Se o produtor utilizar doses em áreas em que não se tem boas condições climáticas para se produzir mais, ele estará perdendo dinheiro. Falando da fonte do N, ao elencar prós e contras de cada uma, é possível saber como utilizá-las a seu favor. Se for o caso de uma fonte de inibidor de urease (NBPT), com menor volatilização da ureia, eu tenho que encaixá-lo no melhor momento para que ele expresse esse recurso, geralmente no pico operacional e com maior volume de chuvas. Já que essas tecnologias têm custo mais elevado.